quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dicionário

Eu sempre fui uma daquelas pessoas que adorava abrir um dicionário em uma página qualquer e ler uma palavra desconhecida (será que ainda existe gente que faz isso?). Gostava de anotar os significados das que achava mais interessantes e sempre voltava para dar mais uma olhada. 

Era bom acreditar que estava tudo escrito ali, por mais que eu soubesse que não estava. Nem todos os usos, significados, metáforas estavam ali, não é mesmo? Mas eu gostava de acreditar que era aquilo que elas diziam.

Pode parecer estranho, mas depois de um tempo eu fui me acostumando à ideia das licenças poéticas. Não só erros propositais, estrangeirismo ou metáforas bem ou mal construídas, mas acabei descobrindo que as coisas nem sempre eram o que os velhos manuais diziam.

Os significados continuavam sendo importantes para mim, mesmo eu não os usando mais como antes. Cada palavra tinha um significado novo, um não, inúmeros novos significados. Podiam ser colocadas em outros contextos e fazerem sentindo em sua plena poesia.

Palavras. Por mais que muitos acreditem que signifiquem alguma coisa, nem sempre podemos levar para o lado literal.

Mas no fundo precisamos de nossos manuais, não só para termos de onde partir, mas para saber que podemos ser diferentes. 

Nenhum comentário :

Postar um comentário