terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Chuva

Uma figura andava pela noite. Um vulto, ou mais do que um. Algo dotado de membros. Dotado de sentimentos.

Algo que não se importava com as gotas da chuva que lhe cortavam a pele feito vidro. Algo que naquele instante se importava com nada.

Algo... Alguém. Alguém que andava como em uma dança viciante, como os barcos se movimentam a deriva. Alguém que ia e vinha, repetindo sempre o mesmo movimento.

Alguém que provavelmente não estava se agarrando aos fatos daquela noite. Alguém que provavelmente não lembraria dos mesmos no dia seguinte.

Era alguém com os olhos fundos e a camisa encharcada.

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