Acho que desde que nasci estava destinada a escrever. Era como se desde que eu nascesse já me sentisse atraída pela escrita. Não que eu fizesse isto bem desde pequena, nem que um dia eu talvez o faça bem, mas é que nunca fui boa falando, então escrever foi sempre a porta para todos os sentimentos.
Escrever. Não apenas poemas de amor, ou linhas banhadas pela solidão e dor. Não. Escrever era mais do que apenas rasos sentimentos. Escrever era um pouco de tudo. Era uma maneira de ser quem eu realmente era, sem nem ao menos precisar saber quem sou. Era colocar tudo para fora, todos os pensamentos que vêm com a vida e tentar fazer com que tudo aquilo tivesse algum sentido.
Porém, escrever também era ser uma nova pessoa. Ser qualquer uma delas. Ser a que eu quisesse ser. Era poder criar coisas novas, mudando tudo aquilo que conhecia. Era testar palavra por palavra, mesmo não acreditando em todas elas, e finalmente entender o que cada uma queria dizer.
É verdade, nem sempre eram palavras bonitas, nem sempre eram de se sentir orgulho, mas eram sempre um alívio, como se escrever fosse o ombro amigo para todos os problemas, todos os sorrisos, todos os pensamentos.
Não era escrever apenas para os outros lerem. Não era escrever para que as pessoas gostassem ou por dinheiro.
Era se sentir bem a cada vírgula. Era juntar o turbilhão de coisas que bombardeiam a vida e procurar sua essência. Era deixar as coisas virem e irem, seguindo seu ritmo próprio e se divertindo com isso.
Acho que desde que nasci estava destinada a escrever. Porque não me imagino sem a escrita em minha vida.