sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Escrever...

Acho que desde que nasci estava destinada a escrever. Era como se desde que eu nascesse já me sentisse atraída pela escrita. Não que eu fizesse isto bem desde pequena, nem que um dia eu talvez o faça bem, mas é que nunca fui boa falando, então escrever foi sempre a porta para todos os sentimentos. 

Escrever. Não apenas poemas de amor, ou linhas banhadas pela solidão e dor. Não. Escrever era mais do que apenas rasos sentimentos. Escrever era um pouco de tudo. Era uma maneira de ser quem eu realmente era, sem nem ao menos precisar saber quem sou. Era colocar tudo para fora, todos os pensamentos que vêm com a vida e tentar fazer com que tudo aquilo tivesse algum sentido. 

Porém, escrever também era ser uma nova pessoa. Ser qualquer uma delas. Ser a que eu quisesse ser. Era poder criar coisas novas, mudando tudo aquilo que conhecia. Era testar palavra por palavra, mesmo não acreditando em todas elas, e finalmente entender o que cada uma queria dizer.

É verdade, nem sempre eram palavras bonitas, nem sempre eram de se sentir orgulho, mas eram sempre um alívio, como se escrever fosse o ombro amigo para todos os problemas, todos os sorrisos, todos os pensamentos. 

Não era escrever apenas para os outros lerem. Não era escrever para que as pessoas gostassem ou por dinheiro. 

Era se sentir bem a cada vírgula. Era juntar o turbilhão de coisas que bombardeiam a vida e procurar sua essência. Era deixar as coisas virem e irem, seguindo seu ritmo próprio e se divertindo com isso.

Acho que desde que nasci estava destinada a escrever. Porque não me imagino sem a escrita em minha vida.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Corria

A garotinha corria pela trilha
O caminho era perigoso e difícil
Mas ela corria mesmo assim
Sem se importar
Sem temer o que poderia vir
A trilha curvava, subia, descia
Fazia a dança do relevo
E a garotinha continuava sua corrida
Sem se importar com nada
Ela caía muitas vezes
Se erguia todas elas
Subia troncos caídos 
E pulava pedras
Continuava sem desistir
Mesmo que cada vez parecesse mais difícil
Continuava sem parar de sorrir
Mesmo que a trilha não fosse propícia
A sorrisos.
E por que tanto corria?
Nem ela sabia
Por que não desistia?
O final deveria compensar
Corria
Corria
Sem se importar com os tombos
Sem temer continuar
Corria
Para o final que estava longe
Mas um dia chegaria
Corria
Porque tinha pressa, mesmo sem se importar
Corria
Para chegar aonde tanto queria
Corria
Porque quanto mais corria
Mais seus sonhos se aproximavam
Corria


domingo, 16 de novembro de 2014

Dom (?)

Um dia desses eu estava conversando com uma pessoa e, não me lembro como, nem porquê, começamos a falar sobre "o dom da escrita". Acho que muitas pessoas pensam assim, muitas pessoas que não têm tanto contato com Artes ou até outras que possuem muito contato, como a pessoa em questão.

O que é um dom? 

Significado no dicionário Michaelis:
1 Dádiva, presente. 2 Merecimento, mérito. 3 Dote natural; talento, prenda, aptidão, faculdade, capacidade, habilidade especial para. 4 Bem que se goza, considerado como uma concessão da Providência.
Não posso negar que existam pessoas que nasceram com mais facilidades para algumas coisas e que parecem terem nascidos para aquilo. Porém, o que me fez realmente pensar no assunto foi o que a pessoa disse em seguida: Não podemos comparar autores que nasceram com "dom" a outros que não. Resumindo o ponto de vista dela: só porque alguém não nasceu com facilidade para uma coisa, ela nunca conseguirá alcançar ou transpassar a qualidade de uma pessoa que tem facilidade para aquilo.

Qual o problema nessa afirmação? Eu consigo ver vários. 1 - As pessoas não nascem já escrevendo ou fazendo arte, mesmo com um "dom" para aquilo. As habilidades são treinadas e melhoradas. 2 - Arte não é uma coisa que a pessoa acorda em um dia decidindo começar a expressar seus dons artísticos e já sai um Machado de Assis ou um Da Vinci. Até os grandes mestres vieram com treino e determinação. 3 - Arte não é algo limitado a pessoas que nasceram com um "dom" para ela.

Além do mais, dizer que uma pessoa possui um dom para algo, não quer dizer que a qualidade de sua produção é a melhor e que não pode passar daquilo. Isso que me intriga, o modo que as pessoas veem o mundo separando as pessoas: os bons e os ruins. Se você não é bom, nunca o será ou vive e versa.

Muitos descartam o esforço e treino das pessoas. Uma pessoa que tenha dificuldade para algo ou que seja novo naquele assunto pode sim se tornar muito bom se se esforçar para aquilo. Do mesmo modo que alguém que já tenha facilidade, pode ser considerado ruim ou mediano por não aprimorar suas técnicas ou se importar com treinamento. 

Um exemplo disso é quando falamos de crianças inteligentes. Inteligência não é sinônimo de esforço e uma criança que seja considerada "inteligente" pode ir pior da escola do que um que tenha dificuldade, ou que sabe que não é muito bom naquilo, mas se esforça ao máximo para melhorar e alcançar um resultado positivo.

Este foi só mais um desabafo. Desculpa se meus pensamentos estão longes de serem a verdade, mas é o que sinto no momento. Obrigada pela leitura :)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Medo

Você está ao meu lado
Eu sinto sua mão na minha
Eu sinto o seu olhar pregado em mim.
Você diz para não ter medo
E eu respondo que não tenho.
Você sabe que tenho, eu sei que tenho
Mas como não ter?
Eles nos olham com raiva
Eles falam coisas maldosas
Como não temer?
Eu sei que você está ao meu lado
Que você irá me proteger...
Mas e se eu não conseguir 
Te proteger também?
E se tudo que construímos,
Tudo que sonhamos
For destruido
E não sobrar mais nada?
Você diz que nada é mais forte
Do que isso que sentimos
Mas eles não sabem o que sentimos
Eles não sabem e não se importam
E se não formos tão fortes
Quanto imaginamos ser?
Você irá estar ao meu lado
Eu estarei ao seu
Mas... E se não conseguirmos
Ser o que tanto queremos?
E se tudo mudar
E eu perder meu caminho...
Você diz para eu não ter medo,
Eu digo que não tenho,
Mas ambos temos.