Querida Sra F,
Devo confessar que por mais que esteja gostando do trabalho, ainda não me agrada nenhum pouco estar nesse convento. A Madre Superior não me censura mais como antes, mas acho que porque quase não nos encontramos com tanto trabalho. E não se culpe pelo meu comportamento, sempre soube que teria retalhações, mas preferia me sentir bem ao seu lado do que me preocupar com elas.
Não faço questão de encontrar minha família tão em breve, na verdade, acho que meu eu que se distanciou um pouco e ficou feliz por ter motivos para não buscá-los. Minha mãe ainda está com a história de meu casamento na cabeça, de modo que se eu quiser sair do convento, sairei direto para a cama de um fidalgo qualquer.
A senhora tem sorte de ter se casado com alguém tão bom. Eu queria que meu casamento fosse pelo menos uma linha parecido com o seu, mas sei que minha mãe irá arranjar um nobre que me tranque dentro de casa e me force a passar os dias costurando ou sentada aos seus pés a frente de uma lareira. Isso é tão frustrante. A senhora sabe como eu queria muito mais da minha vida.
Mas, deixando de lado minhas lamúrias, avise logo quando eu puder visitá-la (e entenda isso como um motivo para sair do convento e não voltar mais para casa), adoraria passar o dia conversando com a senhora, assim como costumávamos fazer.
Mantenha-me informada, quero saber se está tudo bem e como está indo na casa nova.
Com carinho,
Srta. K
Nenhum comentário :
Postar um comentário